Eu-Tu e Eu-Isso, como expressões
de duas atitudes básicas do homem ser-no-mundo, são
igualmente necessárias e complementares, no sentido
que uma requer a outra.
A atitude Eu-isso implica atender as tarefas do dia-a-dia, trabalhar, construir, possuir e acumular coisas, receber informações, etc., por outro, a falta
inata das experiências por meio das quais nos
realizamos como seres humanos caracterizam a atitude Eu-Tu. Essa necessidade de
plenitude humana não é de natureza material. É fruto de
um psiquismo, entendido como espírito, sinônimo de
uma consciência transcendental. Explicando ainda que
essa realização humana se alcança de forma processual:
“a vida consciente do homem é também um processo” (Buber, 1974, p. 26-27)
"...E eu danço com a sua música, ou fujo,
E me encolho, ou sou atraído..."(Perls, 1969).
Desta forma surge um novo fenômeno, o nós, que é diferente de eu e você. O nós não existe por si só, mas se constitui a partir do eu e você e é o campo de um intercâmbio onde duas pessoas de encontram. E quando nos encontramos lá, então eu mudo e você muda através do processo de um encontro mútuo... (Perls, 1975).
Mas o que acontece quando a relação entre duas pessoas se dá de forma conflituosa? Por que é tão difícil para algumas pessoas estabeleceram o encontro dialógico "eu-tu" ainda que o amor permeie esta relação?
Respondo esta questão com a seguinte pergunta:
O que se quer fazer dessa relação e qual atitude você tem diante da confrontação?
Para que a confrontação entre o homem e seu mundo, o homem e outro homem, o homem e a natureza resulte num encontro existencial é necessário a atitude.
Atitude para Martin Buber, filósofo, "é a posição fundamental, a maneira mais básica de colocar-se face ao mundo"...(GILES, 1989). Conforme a relação se estabelece, a cada momento, com coisas ou pessoas, manifestam-se dois pólos da humanidade de cada um; qualquer um dos dois pólos pode ser positivo em termos de acréscimo existencial, ou não, dependendo o uso que se fizer dessa relação (Kiyan, 2009).
Buber parte do pressuposto de que: “a
mente jamais adoece sozinha” senão que sempre está
subjacente a um problema de relacionamento: “de
entreidade” (betweenness), uma situação [de falta de
uma relação dialógica] entre ela e outro ser existente”
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