"A Sombra é um dos conceitos centrais presentes em praticamente todas as formas de se compreender a psicologia de Jung. [...] Ela recebe tudo aquilo que não aceitamos como parte da nossa personalidade ou “identidade” ou “Ego”, chamado de “Complexo de Eu”. (Pablo de Assis, 2010).
Em 1945, Jung deu uma definição mais direta e clara da sombra: “a coisa que uma pessoa não
tem desejo de ser”. Sendo a sombra um arquétipo, seus conteúdos são poderosos, marcados pelo AFETO, obsessivos, possessivos, autônomos – em suma, capazes de alarmar e dominar o ego estruturado. Nesta simples afirmação estão incluídas as variadas e
repetidas referências à sombra como o lado negativo da personalidade, a soma de todas as
qualidades desagradáveis que o indivíduo quer esconder, o lado inferior, sem valor, e primitivo da
natureza do homem, a “outra pessoa” em um indivíduo, seu próprio lado obscuro (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
Jung era
perfeitamente consciente da realidade do MAL na vida humana.
Vezes e mais vezes enfatizou que todos nós temos uma sombra, que toda coisa substancial
emite uma sombra. Todo mundo carrega uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do
indivíduo, mais negra e densa ela é. Se uma inferioridade é consciente, sempre se tem uma
oportunidade de corrigi-la. Além do mais, ela está constantemente em contato com outros
interesses, de modo que está continuamente sujeita a modificações. Porém, se é reprimida e isolada
da CONSCIÊNCIA, jamais é corrigida, e pode irromper subitamente em um momento de
inconsciência. De qualquer modo, forma um obstáculo inconsciente, impedindo nossos mais bem intencionado
propósitos (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
E como podemos tornar consciente nossas sombras ou nossos conteúdos inconscientes reprimidos? Esta é uma das questões que norteia este texto para serem respondidas, especialmente, a partir de Jung e Freud. Trazer as diferenças e semelhanças das teorias da psicologia analítica e da psicanálise me instigam enquanto pesquisadora, mas também quando se conhecer a área de domínio do Arteterapeuta. Delimitar seu campo, contribuir para a construção do conhecimento do Arteterapeuta constitui aqui em objetivo.
Assim, prossigo. É a Freud que Jung dá o crédito de chamar a atenção do homem moderno para a dissociação
entre os lados claro e escuro da psique humana. Abordando o problema sob um ângulo cientifico e
sem qualquer finalidade religiosa, Jung percebia que Freud descobrira o abismo da escuridão na natureza
humana, que o iluminado otimismo do cristianismo ocidental e a era científica haviam procurado
ocultar. Jung falava do método de Freud como a mais detalhada e profunda análise da "sombra" jamais realizada e admitia tratar a sombra de um modo diferente da abordagem freudiana. Jung, reconhecendo que a sombra é uma parte viva da personalidade e que “quer viver com
esta” de alguma forma, identifica-se, antes de tudo, com os conteúdos do INCONSCIENTE pessoal.
Lidar com estes envolve o indivíduo ter de harmonizar-se com os INSTINTOS e como a expressão
destes foi submetida ao controle pelo COLETIVO. Mais ainda, os conteúdos
do inconsciente pessoal estão inexplicavelmente fundidos com os conteúdos arquetípicos do
inconsciente coletivo, estes por sua vez contendo seu próprio lado obscuro. Daí, o termo empregado mais
freqüentemente pelos psicólogos analíticos para o processo do confronto com a sombra na
ANÁLISE é “pôr-se em termos com a sombra” (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
Os conteúdos capazes de se introduzir na consciência, no início aparecem na PROJEÇÃO e, quando a consciência se vê em uma condição ameaçadora ou duvidosa, a SOMBRA se manifesta como uma projeção forte e irracional, positiva ou negativa, sobre o próximo (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
Na "sombra" Jung encontrava uma explicação convincente não só das antipatias pessoais, mas também dos cruéis preconceitos e perseguições de nosso tempo. No que concerne à sombra, o objetivo da PSICOTERAPIA é desenvolver uma conscientização daquelas IMAGENS e situações mais passíveis de produzir projeções de sombra na vida individual. Admitir (analisar) a sombra é romper com sua influência compulsiva (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
Os conteúdos capazes de se introduzir na consciência, no início aparecem na PROJEÇÃO e, quando a consciência se vê em uma condição ameaçadora ou duvidosa, a SOMBRA se manifesta como uma projeção forte e irracional, positiva ou negativa, sobre o próximo (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
Na "sombra" Jung encontrava uma explicação convincente não só das antipatias pessoais, mas também dos cruéis preconceitos e perseguições de nosso tempo. No que concerne à sombra, o objetivo da PSICOTERAPIA é desenvolver uma conscientização daquelas IMAGENS e situações mais passíveis de produzir projeções de sombra na vida individual. Admitir (analisar) a sombra é romper com sua influência compulsiva (Samuel, Shorter, Plaut, 1988).
[...] É preciso entender que rejeitar a sombra do outro não é lutar contra ela mas, segundo uma conhecida analogia, seria recomendado fazer como um bom toureiro que deixa o touro passar sem o atingir. A dificuldade está na complicada teia de trocas de sombras nos relacionamentos que acaba por roubar de ambas as partes sua plenitude potencial (www.luzes.org, 2015).Quando dizemos que o lado sombra encontra-se reprimido, nos aproximamos da definição freudiana dos conteúdos inconscientes, enquanto que o conceito "lado sombra" compõe a teoria da psicologia junguiana. A diferença, entretanto, está na origem de sua constituição que, para Freud os conteúdos reprimidos seriam fruto das experiências infantis que foram transferidas para o inconsciente por não serem suportadas pelo EGO, e para Jung, seria um arquétipo primordial absorvido do inconsciente coletivo (www.luzes.org, 2015).
Em ambos os casos, conteúdos inconscientes reprimidos ou o "lado sombra", existem e se manifestam, muitas vezes de forma autônoma. Então, como lidar com o "lado sombra" para que não passe a governar nossas vidas mesmo que a nossa revelia? A resposta é a reelaboração dos conteúdos inconscientes. E como trazê-los à luz da consciência?
Acredito que a Arteterapia como um método que pode alcançar algum resultado terapêutico, com resignificação de conteúdos inconscientes, trazendo-os para a forma concreta e verbal (reflexiva) na instância do Ego a partir da livre expressão dos elementos artísticos. Este método não se trata de uma psicoterapia, seu campo de atuação delimita-se pelo sujeito-processo-arteterapeuta na recondução da energia psíquica que emerge do processo da livre expressão mas, que retorna de uma outra forma reelaborada pela percepção e leitura do sujeito. No entanto, o arteterapeuta precisa estar atento aos sinais e ou sintomas que demandam, em muitos casos, uma análise psicoterapêutica.No campo da psicoterapia, o estudo aprofundado desses sintomas ou comportamentos que se concretizam a partir de atos falhos, discursos repetitivos, conteúdos de sonhos, sintomas físicos, tiques nervosos, cargas emocionais despropositadas, entre outros, poderá clarificar quais as motivações levaram à reprimi-los ou refletir sobre que conceitos equivocados os mantiveram reprimidos (www.luzes.org, 2015).
A clarificação desses conteúdos permite o autoconhecimento tornando nossos pensamentos e escolhas mais conscientes.
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