Ela caminha solitária pelo lixão,
Veste sua indumentária dia após dia;
No lixo encontra seu consolo e seu sustento.
No meio ao depósito de restos e descuidos,
Acredita que proteger é limpar, limpar sua dor.
Em seu delírio ela é a visão de cada um.
Foi estuprada, violentada e abusada por homens que nenhum
cientista seria capaz de dimensionar sua dor...
"Vai além do além".
"O além do além é o irrecuperável".
A dor? Vai além do além, a dor de deixar sua mãe;
A dor de ser estuprada;
A dor de ser traída em sua própria casa;
A dor de ser rejeitada e despejada com seus filhos pelo homem que amava;
Sim, a dor é irrecuperável como o além do além.
Quantas de nós, não sentimos um pouco da dor de Estamira?
Em seu discurso místico, o "trocadilho", o 'Deus sujo" a separou do seu Eu;
"Ele"? Queria que aceitasse o assaltante, o estuprador.
Aceitar isto é romper com seu Eu.
Estamira é o nome da sua verdade;
Estamira é a sua integridade, sua moral;
'Eu sou Estamira"!
Não aceitando a dor, rompe com seu ego e se encontra no lixão.
Na podridão do homem para queimar a sua dor.
"O fogo é a solução".
Ela não quer mudar, nasceu e não admite essas ocorrências.
Não gosta de erros, de suspeitas, humilhação.
O fogo queima o inimaginável em seu delírio.
A dor de Estamira é inimaginável. Mas,
em sua sabedoria delirante ...
"Tudo que é imaginável existe, tem e é".
"Eu sou Estamira!" E você?
Débora Catarina Pfeilsticker
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